O Fascínio pelas Cores
Desde pequeno, a intensidade e diversidade das cores à minha volta sempre me fascinaram. Essa curiosidade transformou-se numa paixão ao descobrir as histórias e a ciência por detrás dos pigmentos que dão vida a tantas obras de arte. Enquanto experimentava com diferentes materiais e formas de expressão, mergulhei no mundo mágico das cores.
O Vermelho Carmesim, por exemplo, é extraído através do esmagamento de pequenos insetos chamados cochonilhas, produzindo um tom intenso e vibrante. Apesar da sua beleza irresistível, este processo sempre me pareceu injusto, levando-me a refletir sobre a agressividade e complexidade dos nossos métodos de produção. Já o Azul Ultramarino, extraído da pedra preciosa lápis-lazúli, foi outrora considerado tão sagrado e valioso que apenas reis e santos tinham acesso a ele. O Amarelo Ocre, encontrado nas caixas de rolos Kodak, simboliza um passado em que a terra e a história da humanidade eram profundamente valorizadas.
Cada cor carrega uma herança cultural e histórica rica, uma luta e uma descoberta. Mais do que uma aula de química ou história, estudar pigmentos tornou-se uma viagem pela história e culturas do mundo. E é essa combinação entre curiosidade científica e apreciação artística que alimentou a minha paixão pelo ensino das Artes Visuais.
A Paixão pela Arte e Educação
Desde cedo demonstrei aptidões artísticas, sendo reconhecido por isso. As minhas notas excelentes em Artes Visuais sempre se destacaram, embora outras áreas académicas nem sempre me proporcionassem a mesma satisfação. Essa realidade levou-me a refletir sobre o impacto do sistema educativo nos alunos. Enquanto os maus professores limitavam o meu potencial, os bons tinham um poder transformador, incentivando-me a seguir as minhas paixões e a encontrar o meu próprio caminho.
A vida dos artistas e o modo como a sociedade frequentemente os rejeita tiveram um impacto profundo em mim. Isso despertou o desejo de ser um professor empático, que apoia e orienta os seus alunos para descobrirem e valorizarem as suas formas únicas de expressão. Na comunidade artística, encontrei um forte sentimento de união e pertença, como se todos fôssemos parte de uma grande família.
O Papel da Arte nas Nossas Vidas
A Arte tem um impacto profundo nas nossas vidas. Em momentos de alegria ou tristeza, o processo artístico torna-se num farol de significado e conforto. Recordo-me de como, num período particularmente difícil, criar e apreciar arte me ajudou a dar sentido às emoções. Já os meus alunos, frequentemente encontram na Arte uma forma de expressar sentimentos que não conseguem traduzir em palavras.
Já experimentaste esse poder transformador da Arte? Como te ajudou a enfrentar desafios ou a celebrar conquistas?
Um Projeto Educativo Transformador
É com essa paixão que nasceu o meu projeto de criar um canal que digitaliza as minhas aulas de Artes Visuais e Educação Visual. Através de pequenos vídeos, pretendo explorar cada tema e exercício, guiando aqueles que procuram saber mais. Assim como os pigmentos transformam elementos naturais em ferramentas de expressão criativa, acredito que cada aluno tem o potencial de transformar o ordinário em extraordinário.
Conclusão
A Arte é mais do que uma disciplina; é uma forma de compreender o mundo, de expressar emoções e de fomentar empatia e criatividade. No ensino das Artes Visuais, tenho a oportunidade de inspirar os alunos a olhar para o mundo com curiosidade e mentes abertas. Porque, no fundo, a Arte é um reflexo de quem somos e do que podemos alcançar.
“Olhe fixamente, intrometa-se, ouça, espreite. Morra sabendo algo. Não está aqui por muito tempo.”
— Walker Evans, “Let Us Now Praise Famous Men”, 1941.
